19 de outubro de 2009

TEXTO INÉDITO

Trecho do 10º livro de Mário Ferreira de Oliveira em fase de revisão e diagramação e ainda sem título: A moda


A moda não tem cérebro, não tem coração, mas tem o poderde influir no cérebro e no coração das pessoas, especialmentena juventude. Mais forte que o bom senso, mais forte que as leis,mais forte que as religiões, está a moda, poderosa e absoluta.
A moda é uma arte, não é obra da natureza, não faz parte dabeleza natural; não é um código moral, de sensatez ou dignidade.Os criadores da moda são hábeis, gananciosos e espertos. Des-cobriram que há um vazio na mente do ser humano e os criadoresda moda vislumbraram a possibilidade de tirar proveito. Atravésda ídia colocaram a idéia da moda na mente das pessoas. Tiveramum sucesso tão grande que as pessoas se comportam hoje comomarionetes nas mãos dos malabaristas.
A moda muda com certa freqüência, de acordo com interessedos grupos econômicos, e os danos que ela causa são absorvi-dos pelo povo, porque se transformaram em hábitos e costumes.
Antigamente estavam na moda as guerras e valentias; o jovemtinha que ser corajoso guerreiro e valente. Os governos precisa-vam de soldados fortes e valentes para combater seus inimigos.Felizmente nos dias de hoje a guerra não está mais em moda, masa violência ainda permanece nos costumes das pessoas.
A educação, antídoto da violência não consegue detê-la. Como advento dos meios de comunicação que beneficiam poucos eprejudica muitos, o povo se tornou massa de manobra, não só dogoverno, mas também de grupos econômicos; segue como um re-banho, tangidos por malabaristas anônimos que tiram proveito davaidade e ignorância do povo. O trabalhador é apenas um númerode identidade; seu salário está sempre comprometido, a ele sóresta produzir bens e dar lucro.
Mercantilistas gananciosos ditam a moda, formam “quadrilhas”e utilizam os meios de comunicação para ganhar fortunas com faci-lidade. Lançam um produto no mercado já sabendo o quanto vãovender e o quanto vão lucrar. O que adianta se colocar contra ocigarro e a bebida se a moda colocou na mente das pessoas queé chique fumar e beber? Ou o contrário, combater o cigarro agoraé moda... Apenas modismos...
O ser humano sente que está sendo prejudicado pelos costumese vícios, mas não tem uma personalidade forte para divergir, entãoele segue a “tropa”, não pode parar porque todo mundo caminha namesma direção. Prefere errar com a maioria a acertar sozinho.
As pessoas em sua maioria têm preguiça de pensar, por issoaceitam a moda, e por mais ridícula que seja ela já está pronta eacabada para ser usada. No ramo de vestuário e calçado a modadecide o que as pessoas – principalmente os jovens – vão vestire calçar no próximo verão ou no próximo inverno aquela famosaetiqueta.
Os jovens ficam imaginando qual será a moda que vai ser lança-da no mercado. Cada um quer ser o primeiro a calçar e vestir-se namoda. Fazem qualquer sacrifício e pagam altos preços, utilizam cre-diário, mas andará na moda custe o que custar. Os gananciosos deplantão que têm a mídia e os estilistas em sua folha de pagamento,lançam moda nova para recolher o dinheiro circulante e agradecemao povo alienado...
A moda exerce um fascínio total quando se trata de vestuário fe-minino. As jovens fazem o possível e até o impossível para estaremna moda; e muitas vezes com certo exagero, preferem pecar pelo ex-cesso que pela omissão.
O que parecia impossível aconteceu, a beleza escultural do corpofeminino está sendo violentada com essas calças e saias que deixamà descoberta a metade do traseiro da mulher. Com a cinta apertandoas nádegas, a mulher fica deformada, perde a cintura original.
Todas as canções de amor cantada em prosa e verso exaltando abeleza da mulher com uma cintura de violão, não eram suficientes paradescrever a beleza feminina. Mas agora para aquelas que estão namoda, com cintura a “meia bunda”, a “éguinha pocotó” do Lacraia estáde bom tamanho.

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