29 de agosto de 2009

PRESTANDO CONTAS


Alvaro: “Senado está
de cócoras diante
do País”

Depuração do senado passa pelo
voto do eleitor, diz senador

FERNANDO MALESKI
DA GAZETA DO PARANÁ

O ano é pré-eleitoral, mas o clima neste fim de inverno é altamente quente para a política. Na semana passada, o senador Osmar Dias (PDT) mostrou toda sua força e reagiu ao anúncio de que o PSDB terá candidato próprio no Paraná, com grande evento político para filiações, garantindo que ele Osmar, será candidato em qualquer hipótese e de forma ‘irrevogável’. Esta semana foi a vez da presidente do PT estadual, Gleisi Hoffmann desembarcar em Cascavel, jogando charme para atrair o PDT de Osmar para uma aliança e foi buscar o apoio do prefeito Edgar Bueno (PDT) para quebrar o gelo e transformar este namoro em compromisso sério de uma vez.

TEMPERO

Para colocar mas tempero nesta salada de interesses políticos, o senador Alvaro Dias (PSDB), também resolveu abandonar a turbulência do Senado Federal, envolto em escândalos e denúncias de corrupção e escolheu Cascavel como palco para desfilar sua condição de pré-candidato. Se não organizou evento político do PSDB, usou muito bem o lançamento da Expovel e ontem aproveitou ao máximo a mídia local ao promover uma entrevista coletiva, ás 8h30, na Câmara de Vereadores.
Apesar do calor das disputas internas do PSDB, da busca por espaços e na tentativa de conquistar alianças, a coletiva de ontem serviu muito mais para uma prestação de contas do mandato de senador e para coletar a impressão do senador tucano sobre os últimos acontecimentos no congresso do que para revelar novidades na disputa eleitoral que já foi antecipada no Paraná.

CRISE NO SENADO

Sobre a crise no senado, que envolveu o presidente da Casa José Sarney e os atos secretos, de grande repercussão, o senador lamentou. “O senado era um lampejo de independência. Rejeitou projetos como o da CPMF ou aprovou projetos importantes para a Nação. Agora, foi colocada uma instituição tão importante de cócoras diante do País”.

CONCESSÕES

No entanto insinua que forças e interesses estranhos possam ter articulado com vantagem a sucessão de fatos que transformou o senado numa casa de horrores. “Concessões horrorosas acontecem para que o senado virasse Casa dos Horrores. E trocas de favores podem ter salvo o Sarney de uma punição na comissão de ética, por obra do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No inicio o Sarney queria renunciar a presidência, mas o Lula interferiu, causando o prolongamento de toda esta confusão. “A imprensa colocou a luz o que acontecia. Mas o Executivo pulou o alambrado e invadiu o campo do adversário. Lá foi o Lula e interferiu. O Sarney estava disposto a renunciar e ao prolongar a crise, tirou o fogo de outra crise, a da Petrobras. De certa forma, esta série de denúncias divulgadas pela imprensa fez o jogo do governo”.
Para o senador Alvaro Dias, o que aconteceu no Senado Federal é resultante de uma seqüência de gestões equivocadas, de pouca transparência, mas defendeu que o senado como instituição deve ser preservado e a maioria dos fatos não era de conhecimento de muitos senadores.

RENOVAÇÃO

Sobre a expectativa de recuperação da imagem do senado com a divulgação do escândalo, Alvaro disse que com a intervenção do presidente Lula que forçou a bancada do PT a salvar Sarney, foi danosa. “As nossas esperanças foram sepultadas. O Sarney sobreviveu. Ele vai sobreviver. O PT se humilhou. Se ajoelhou e fez o que o Sarney e o Lula queriam. Agora só nos resta o julgamento do eleitor. É claro que outras ações no MP podem resultar em punição, mas no ano que vêm, o senado será renovado em 2/3. Ou seja, 54 senadores ou vão para casa ou serão revalidados. É a oportunidade de separar o joio do trigo”, disse.



ELEIÇÕES 2.010
“Se a candidatura dele é
irrevogável, a minha também”

Alvaro mantém queda de braço e diz, “Osmar quer o meu apoio e eu o dele”

O senador Alvaro Dias (PSDB) não quer ficar para trás na disputa pelo governo do Estado e talvez por isto resolveu, uma semana depois de seu irmão, o também senador Osmar Dias, promover grande evento político, neutralizar a ação. Desembarcou em Cascavel disposto a desfilar seu discurso de pré-candidato ao governo e anunciar que sua candidatura é tão “irrevogável” quanto a do irmão. “Se a candidatura dele (Osmar) é irrevogável, a minha também é”, disse para ridicularizar a expressão, fez alusão a declaração vexatória do Senador Aloisio Mercadante que, após declarar que sua renúncia da liderança do governo no senado era “irrevogável”, acabou voltando atrás e atendendo pedido de reconsideração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mercadante usa bigode e seu recuou foi ridicularizado como o oposto daquela máxima popular de que “homem precisa honrar o fio de bigode. Osmar usa portentosa barba e bigode e o senador pareceu querer lançar duvida sobre a candidatura ao garantir que nada na política é irrevogável. “Esta posição será mantida até a hora de conversarmos e decidirmos. O Osmar gostaria de ter o meu apoio e eu o dele. Lá na frente, quem reunir as melhores condições de vitória será o candidato. Só garanto que irmão enfrentando irmão não haverá”, disse.

PESQUISA

Estas novas declarações esta inusitada situação em que dois senadores e irmãos disputam palmo a palmo, de apoio em apoio a condição para serem candidatos ao governo, foi o tema de abertura para uma entrevista coletiva que o senador concedeu, ontem pela manhã, na sala reservada do Plenário da Câmara de Vereadores. Alvaro desembarcou em Cascavel na quinta-feira no final da tarde e, aproveitou o lançamento da 30ª Expovel como palco para desfilar suas posições políticas. Na própria quinta-feira já havia repetido esta mesma ladainha, postando-se como pré-candidato do PSDB e garantindo que disputa indicação do PSDB em igualdade de condições com o prefeito de Curitiba, Beto Richa e, que também estaria confirmado como pré-candidato do PSDB. Os dois estariam sujeitos a uma pesquisa de opinião a ser realizada no ano que vêm e quem aparecer com números mais favoráveis, seria o candidato.

ALIANÇAS

Em relação a uma possível aliança entre PDT e PT, não crê que o irmão acabe concretizando. “O Osmar não vai aceitar se submeter à esta situação. Não dá certo, pela história, acho que não vai acontecer. O PT não tem ninguém, tem que procurar mesmo, tem que correr atrás do Osmar. Porque o PT está desarmado no Paraná. E precisa oferecer um palanque à Dilma Russef. O PT está desesperado por um candidato que tenha voto, por isso está atrás do Osmar. Mas eu não acredito que ele aceite essa composição,” ressalta.

CAMPANHA ANTECIPADA

Alvaro culpou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela antecipação do processo de definição de candidato no Paraná. “É nossa tradição definir estas coisas no mês das convenções. Quem provocou toda esta antecipação foi o Lula quando provocou o lançamento de uma candidatura (a de Osmar Dias). É esta antecipação que dá margem a toda sorte de especulações. Eu gostaria que as alianças fossem decididas agora e fechássemos compromisso de PSDB e PDT caminharem juntos na eleição. Deixaríamos então a escolha do candidato para um momento mais adequado, que pode ser julho do ano que vêm”, propôs.

FONTE - GAZETA DO PARANÁ

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