21 de dezembro de 2009

AMAZING GRACE

HISTÓRIA DO AUTOR DO HINO

O hino religioso cristão mais famoso é “Amazing Grace”. Tentando traduzir sem ser ao pé da letra, significa “Graça Divina”.

A música foi composta pelo inglês John Newton em 1779. O compositor nasceu em 1725 em Wapping, na Inglaterra. Na juventude Newton não seguiu qualquer religião, era indisciplinado e não tinha auto-controle.

Após um curto período na Marinha Real, Newton iniciou uma carreira como mercador de escravos. Uma noite porém, durante uma tempestade e com seu navio de escravos sendo jogado pelas ondas, entregou o leme para um marinheiro e desceu um pouco para descansar. Quando voltou ao convés, o marinheiro havia sido levado pela tormenta. Embora tenha pilotado o navio até o fim da tempestade, confessou depois que percebeu sua fragilidade frente aos elementos e concluira que apenas a Graça de Deus o havia salvo.

CAMINHO
Leu a Imitação de Cristo de Tomas de Kempis e iniciou seu caminho na fé. Esses incidentes e seu casamento com Mary Cartlett mudaram Newton de forma significativa. Em suas viagens com cargas de escravos, incentivava os marinheiros a rezarem e a tratar os escravos de forma humana e compassiva. Ainda assim, passaram-se 40 anos até que Newton assumisse uma posição de oposição ao trafico de escravos.

Cerca de três anos após seu casamento, Newton sofreu um derrame que o impediu de voltar ao mar. Com o tempo, ele interpretou isso como mais um passo na sua jornada espiritual. Assumiu um cargo na Alfândega de Liverpool e começou a explorar o Cristianismo mais profundamente. Percebeu então que era chamado para a carreira eclesiástica. Como não tinha um diploma universitário, não podia ser ordenado pastor anglicano pelas vias normais. Mas o responsável pela paróquia de Olney ficou tão impressionado com as cartas que Newton havia escrito que lhe ofereceu a paróquia.

PASTOR
Newton foi ordenado em 1764. Em Olney, o novo pastor conheceu o poeta William Cowper, também um convertido. A amizade dos dois levou à composição de “Amazing Grace”, um poema que Newton provavelmente escreveu em Kineto, no Natal de 1772. A letra é baseada nas suas reflexões sobre o texto do Velho Testamento sobre o qual iria fazer um sermão no dia seguinte. Com a perspectiva de sua conversão no navio, o Greyhound, em 1748.
O hino de Newton tornou-se um favorito para os cristãos, por abordar de forma clara e forte a doutrina da Graça Divina. A letra se baseia na Biblia (Crônicas, 17:16-17), uma oração em que o Rei Davi se maravilha pelo fato de Deus haver escolhido a ele e sua família.

“Amazing Grace” tornou-se também uma favorita dos defensores da liberdade e dos direitos humanos, tanto Cristãos como não-Cristãos, provavelmente por se referir ao fato de Newton haver renegado seu passado de escravagista. Durante a guerra do Vietnam foi muito ouvido e uma das interpretações mais famosas é de Joan Baez, grande opositora da guerra.
Em 2007 foi lançado um filme sobre a extinção da escravatura na Inglaterra, onde o ator Albert Finney representa John Newton e o hino de Newton dá o título ao filme.


20 de novembro de 2009

OPINIÃO - O “EFEITO” BATTISTI


O “EFEITO” BATTISTI

Diante do “imbróglio” Cesare Battisti, impõe – se algumas reflexões sobre as Instituições, o cheirume de suas entranhas e o cerne do seu “julgamento”.
De início, um olhar sobre o STF.
Representando o Poder Judiciário, ao deliberar pela extradição do terrorista, mas abrindo mão da decisão final para a alçada do Executivo, ele desnuda o que o Brasil já sabe, o tripé da Gestão Pública, constituída pelos três poderes da República, é totalmente manco.
Não é a toa que a “preferência nacional” a cada dia está mais grandiloqüente. Ele manda e desmanda e, aparentemente, não há limites para os seus superlativos feitos e incontáveis bazófias.
Assim, decidida a extradição, ao repassar para o Executivo a palavra final, o STF, um poder independente (?), se subordina à decisão de outro Poder. O obtuso magistrado, entretanto, busca, ainda, brechas jurídicas para a libertação de Battisti.
A pretensão soa como um acinte ao deliberado pela Suprema Corte que deveria ser a última instância para o trato do assunto. Chega a ser ofensivo, e mesmo desmoralizante a vil tentativa.
O subterfúgio, de fato, mais parece um jogo de cena para embromar a esquerda agressiva, quando de fato, a metamorfose, para não sujar a sua barra no cenário internacional deverá endossar a extradição.
O Ministro da Justiça, em vias de ser traído por aquele que sempre avalizou suas arbitrárias decisões (os dois cubanos, as ações da PF contra os não – índios, o Battisti...), deverá ter em retorno, a promessa de que o seu guru encimará inúmeras vezes, o seu palanque de candidato ao Governo do Rio Grande do Sul. Será a compensação pelo revés.
Quanto ao Poder Legislativo sua subserviência confirma a regra.
No desvairado Congresso é constante a comprovação da leniência de seus membros. Inventivos, capazes de tudo, eles são useiros e vezeiros em propor tretas de corar frade de pedra. Assim, um energúmeno, membro do Congresso convidou, “vamos fazer uma visita de apoio ao terrorista Battisti na prisão?” A proposta poderia ser vomitada por qualquer um, pois “o homem é uma caixinha de surpresas”.
Até aí, nada demais, a questão é que diversos parlamentares acolhem com grado a esdrúxula idéia, e lá vão eles, alegres e rutilantes, prontos para cumprir mais um deleitoso sacrifício em nome da justiça. Battisti, maravilhado exulta com as adesões à sua soltura, e não tem palavras. É só agradecimentos. Poderia dizer, olhando o passado, "valeu à pena".
Mas a derradeira reflexão refere – se às acusações contra o Battisti. Afinal, foi julgado por assassinar cidadãos italianos? Crimes não ideológicos? Ou ideológicos?
Ah! Se ideológicos, estão justificados? O princípio vale para qualquer ideologia?
Não. Então, só para os de credo marxista?
Agora, entendemos. E viva a justiça dirigida ou a injustiça justificada.
Como diria um cínico bandido “se a justiça prevalecesse, qual seria a graça?”


Brasília, DF, 20 de novembro de 2009
Gen. Bda Rfm Valmir Fonseca Azevedo Pereira

14 de novembro de 2009

Exéquias de uma comissão parlamentar de inquérito



O governo, a partir da instalação da CPI da Petrobras, encarregou sua base de apoio de preparar as exéquias desse colegiado. Na prática, o presidente da República assumiu a liderança desse processo. Foi ele quem comandou e orientou o denominado “tratoramento” da comissão. Sem condições de impedi-la, já que o Supremo Tribunal Federal asseguraria à minoria o direito de instalar a CPI, o governo a dominou de forma absoluta, desrespeitando as mais caras tradições do Senado Federal.
Ela foi transformada em palco para narrativas técnicas e conceituais, passando ao largo das denúncias. Em reação, a oposição anunciou, no último dia 10 de novembro, sua retirada definitiva da comissão, sem, no entanto, abdicar do dever de apurar as denúncias que ensejaram a criação da CPI. Nesse sentido, 18 representações estão sendo inicialmente encaminhadas ao Ministério Público, enfeixando uma espécie de relatório final paralelo antecipado da oposição, com o intuito de contribuir para o esclarecimento de pontos tão controvertidos da atual gestão da Petrobras. Prosseguiremos investigando e, dessa forma, mantendo em funcionamento uma “CPI paralela”.
Não podíamos compactuar com nenhuma encenação para abafar irregularidades gravíssimas. Apenas numa das representações apontamos um desfalque de US$2 bilhões, conforme estudo realizado pela assessoria técnica, que estabeleceu um comparativo dos preços das obras da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, com os preços das obras do gênero mais caras do mundo.
Estamos igualmente oferecendo representação contra empresas que, mesmo denunciadas pelo Ministério Público, continuam celebrando contratos e se beneficiando de recursos da Petrobras, bem como contra os fatos que envolvem os gastos com a manutenção e recuperação do sistema de produção de óleo e gás natural na Região Norte. Denunciamos ainda, no caso da compra da Suzano Petroquímica pela Petrobras, violação da Constituição Federal e fortes indícios de improbidade administrativa, sem falar na violação de sigilo funcional.
O rol de ilícitos identificados nos contratos da Petrobras e suas subsidiárias parece infindável. A venda de refinarias para a Bolívia por preço inferior ao valor de mercado é objeto de outra representação junto ao Ministério Público.
A despeito do cenário de tantas ilicitudes, fomos impedidos de ter acesso a documentos, informações, prestações de contas, sem falar na obstrução para convocarmos pessoas para depor à CPI. Até mesmo os envolvidos e indiciados criminalmente no curso da Operação Águas Profundas da Polícia Federal foram blindados pela tropa de choque do governo.
A única alternativa que restou ao DEM e ao PSDB foi abandonar o palco montado para atender os interesses do governo e o seu proselitismo administrativo, na tentativa de ocultar desvios constatados pelo Tribunal de Contas e pelo Ministério Público.
Na seleção de crimes listados pelo Ministério Público há formação de quadrilha, improbidade administrativa, enriquecimento ilícito, etc. As condutas criminosas são inúmeras, impondo pesadas lesões ao patrimônio público.
A decisão de acionar o Ministério Público para a instauração dos procedimentos que ensejarão a investigação judiciária necessária já havia sido anunciada por mim antes mesmo da instalação da comissão, prevendo a possibilidade da operação ”abafa”. O compromisso assumido foi cumprido.
As irregularidades são gravíssimas e não podem ser sepultadas com honras fúnebres, como deseja o governo, sob pena de prevalecer o manto da impunidade que protege os desmandos na administração do presidente Lula.


Senador Alvaro Dias – 1º vice- líder do PSDB -13 de novembro de 2009

7 de novembro de 2009

O CAMINHO PERIGOSO DA ACIC


Em seus 50 anos de existência, a ACIC (Associação Comercial e Industrial de Cascavel) sempre refletiu o crescimento da cidade. Muitas pessoas destacadas do mundo empresarial participaram e por vezes assumiram o cargo de presidente da entidade. Neste período, grandes vitórias passaram pela comunhão de forças através dela. No mesmo trajeto, alguns membros da associação tornaram-se também políticos. Porém, via de regra, a ACIC utilizou-se ao longo dos anos da filosofia da neutralidade político-partidária.
Atualmente a entidade tem tomado decisões ambíguas, e vale refletir se elas realmente vão de encontro aos interesses da comunidade. Creio que estas decisões não são de fato a posição de todos os associados da ACIC, mas apenas de seus dirigentes. É o caso da nomeação de seu vice-presidente André Bueno, que por tradição deverá suceder o atual presidente. O que será que pensam disso os empresários, sendo que muitos deles são inclusive militantes de siglas opostas àquela representada pelo filho do prefeito? É fácil deduzir, basta sentir o desconforto que o assunto gera no meio empresarial.
A Associação Comercial foi berço de uma entidade supostamente independente chamada Observatório Social. A experiência, copiada de Maringá, tem por finalidade fiscalizar de forma independente as contas do poder publico municipal. A idéia seria louvável, mas tem um porém: O Observatório está localizado dentro da ACIC, que além de abrigá-lo, ainda paga as contas de seu funcionamento. É de se perguntar – Será que o observatório, tendo o filho do prefeito como um dos seus dirigentes, realmente fiscaliza as contas da prefeitura, ou as avaliza? A questão da elevação brusca do preço do Teatro Municipal, por exemplo, cujas mudanças no projeto nos parecem apenas vaidade do prefeito, mas que o povo todo paga, não seria motivo de um posicionamento firme por parte do observatório social?
A ACIC se esforçou durante anos pela campanha do voto útil. Quando a entidade convidava os candidatos a deputados para expor suas idéias, estes eram invariavelmente questionados se iriam usar o cargo para concorrer às eleições municipais. Em caso positivo, teriam a desaprovação. Dois anos depois a entidade simplesmente esqueceu o próprio discurso, jogando por terra um projeto no momento em que ele começava a dar frutos.
A Associação tem sido catalisadora das grandes bandeiras de Cascavel e do Oeste, até ai ela cumpre seu papel. O problema é que às vezes a entidade acaba por vender a imagem que foi “pai e a mãe” da criança, fazendo certo monopólio que acaba inibindo as iniciativas. Nas grandes conquistas, a ACIC apenas reconhece seus verdadeiros mentores se lhe convier.
Um dos casos recentes é a execução do Contorno Oeste, projeto que estava engavetado há quase duas décadas, embora fosse uma bandeira de todos, inclusive da ACIC. Hoje é uma realidade porque a gestão municipal anterior tomou para si a tarefa de gerenciar o projeto e costurar com as forças políticas e empresariais de diferentes matizes a realização da obra.
A Associação Comercial e Industrial, cujo discurso é de neutralidade política, conseguiria isto? Como pode ser neutra politicamente se escalou como seu vice o filho do prefeito, especialmente depois que o pai havia declarado a intenção de torná-lo deputado estadual? A ACIC precisa ser revista, e isto deve ser feito pelo bem do mundo empresarial e de toda comunidade, pois hoje ela se tornou ninho da política partidária, e seu partido atual é o “PEB”.


- Marcos Piaia é jornalista e ex-diretor de Comunicação da Prefeitura de Cascavel

25 de outubro de 2009

A ARTE DE NÃO ADOECER

Dr. Dráuzio Varella

Se não quiser adoecer – “Fale de seus sentimentos”

Emoções e sentimentos que são escondidos, reprimidos, acabam em doenças como: gastrite, úlcera, dores lombares, dor na coluna. Com o tempo a repressão dos sentimentos degenera até em câncer. Então , vamos desabafar, confidenciar, partilhar nossa intimidade, nossos segredos, nossos pecados. O diálogo, a fala, a palavra, é um poderoso remédio e excelente terapia.



Se não quiser adoecer – “Tome decisão”

A pessoa indecisa permanece na dúvida, na ansiedade, na angústia. A indecisão acumula problemas, preocupações, agressões. A história humana é feita de decisões. Para decidir é preciso saber renunciar, saber perder vantagem e valores para ganhar outros. As pessoas indecisas são vítimas de doenças nervosas, gástricas e problemas de pele.




Se não quiser adoecer – “Busque soluções”

Pessoas negativas não enxergam soluções e aumentam os problemas. Preferem a lamentação, a murmuração, o pessimismo. Melhor é acender o fósforo que lamentar a escuridão. Pequena é a abelha, mas produz o que de mais doce existe. Somos o que pensamos. O pensamento negativo gera energia negativa que se transforma em doença.



Se não quiser adoecer – “Não viva de aparências”

Quem esconde a realidade finge, faz pose, quer sempre dar a impressão que está bem, quer mostrar-se perfeito, bonzinho etc. está acumulando toneladas de peso ... uma estátua de bronze, mas com pés de barro.
Nada pior para a saúde que viver de aparências e fachadas. São pessoas com muito verniz e pouca raiz. Seu destino é a farmácia, o hospital, a dor.



Se não quiser adoecer – “Aceite-se”

A rejeição de si próprio, a ausência de auto-estima, faz com que sejamos algozes de nós mesmos. Ser eu mesmo é o núcleo de uma vida saudável. Os que não se aceitam são invejosos, ciumentos, imitadores, competitivos, destruidores. Aceitar-se, aceitar ser aceito, aceitar as críticas, é sabedoria, bom senso e terapia.


Se não quiser adoecer – “Confie”

Quem não confia, não se comunica, não se abre, não se relaciona, não cria liames profundos, não sabe fazer amizades verdadeiras. Sem confiança, não há relacionamento. A desconfiança é falta de fé em si, nos outros e em Deus.


Se não quiser adoecer – “Não viva sempre triste”

O bom humor, a risada, o lazer, a alegria, recuperam a saúde e trazem vida longa. A pessoa alegre tem o dom de alegrar o ambiente em que vive. “O bom humor nos salva das mãos do doutor”. Alegria é saúde e terapia.

24 de outubro de 2009

TIRANDO A VISEIRA


PAPEL DA JUSTIÇA

O blog ‘pinça’ trechos do interessante debate, ocorrido recentemente em Campo Grande (MS), durante o I Encontro do Fórum Nacional para Monitoramento e Resolução de Conflitos Fundiários Rurais e Urbanos, promovido pelo Conselho Nacional de Justiça (29/09 á 01/10).
O evento reservou momentos raros em que autoridades ligadas ao Poder Judiciário puderam expor seus pontos de vista acerca da função social da terra e da reforma agrária. Mas o destaque fica para a palestra do desembargados do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS), Amilton Bueno de Carvalho que disse que a ‘função social fundamenta a reforma agrária’. Segundo ele, o Poder Judiciário pode fazer a reforma apenas exigindo o cumprimento da função social da terra prevista na lei.

A FIGURA DO JUIZ
As declarações foram antecedidas de um panorama sobre a crise da lei. Há 30 anos na área, ele lembrou que a lei, no sentido mais amplo, surgiu como elemento racionalizador e como condição civilizatória para impor limites ao poder desmesurado. Como conteúdo ético, portanto, a lei é a forma que o mais fraco encontra para limitar o mais forte, sendo que todo o poder tende ao abuso. O poder do juiz, adicionou, é ainda pior, pois impõe conseqüências a outro ser humano.
A figura do juiz aparece nas referências bíblicas como o defensor dos órfãos e das viúvas, acrescentou o desembargador. Como o magistrado deve proteger "um contra todos", ele não pode ser escolhido pela vontade da maioria, emendou. Ocorre que a lei, desde o primeiro momento, foi aplicada como meio de dominação. Historicamente, o fardo sempre foi mais pesado para o segmento mais frágil e a lei acabou sendo empregada no sentido inverso: em vez de proteger os mais fracos, ajudou a espoliá-los: o aparato legal serviu para perpetuar os mais fortes no poder. "Tem sido sempre assim. E não só no sistema capitalista. Quem faz o poder é a autoridade, não a sabedoria. A lei se tornou produto do poder arbitrário".

RIGIDEZ DA NORMA
Até por conta desse vício interno, a lei (rigidez da norma) não vem sendo capaz, na opinião dele, de dar respostas aos problemas da sociedade (complexidade do real). Como exemplo, o membro do TJ-RS citou as mudanças no Código Penal com relação ao porte ilegal de armas, que passou de contravenção a crime com punição com reclusão de 2 a 4 anos. Como não é tão simples explicar a violência, sobressai a opção pelo endurecimento da lei. "O mundo continua como está. Mas a lei mudou", ironizou.
PÁGINA VIRADA
O momento histórico da legalidade, para Amilton, já passou. Na concepção dele, os princípios supraconstitucionais - que são as regras carregadas de alto grau de abstração e do senso comum da Humanidade, que seguimos como parte da reserva ética e moral - ocupam atualmente o posto de mandamento nuclear do sistema. Os princípios, sustentou, são conquistas históricas obtidas por meio da filtragem do povo que nem o constituinte pode mudar. "Trata-se de uma etapa vencida, uma página virada", comparou.

APLICAÇÃO
Mesmo assim, o espaço da aplicação dos princípios, conforme avaliou o desembargador, continua ainda muito restrita. "Ainda somos positivistas primários", criticou. Os princípios ainda geram pânico e insegurança e os magistrados estão muito presos apenas ao que se vê. "Juristas ainda não atingiram a adolescência. Não conseguem abstrair". Por isso, Amilton declarou que, quando se trata dos conflitos sociais agrários, "já será uma grande coisa" caso o Judiciário não interfira para "atrapalhar". "Se não criminalizarmos os movimentos sociais, já estaremos ajudando" (LEIA MAIS).

22 de outubro de 2009

CARTA DE UM POLICIAL PARA UM BANDIDO



Senhor Bandido.
Esse termo de senhor que estou usando é para evitar que macule sua imagem ao lhe chamar de bandido, marginal, delinquente ou outro atributo que possa ferir sua dignidade, conforme orientações de entidades de defesa dos Direitos Humanos.

Durante vinte e quatro anos de atividade policial, tenho acompanhado suas "conquistas" quanto à preservação de seus direitos, pois os cidadãos, e especialmente nós policiais, estamos atrelados às suas vitórias, ou seja, quanto mais direito você adquire, maior é nossa obrigação de lhe dar segurança e de lhe encaminhar para um julgamento justo, apesar de muitas vezes você não dar esse direito às suas vítimas.

Todavia, não cabe a mim contrariar a lei, pois me ensinaram que o Direito Penal é a ciência que protege o criminoso, assim como o Direito do Trabalho protege o trabalhador, e assim por diante.

Questiono que hoje em dia você tem mais atenção do que muitos cidadãos e policiais. Antigamente você se escondia quando avistava um carro da polícia; hoje, você atira, porque sabe que numa troca de tiros o policial sempre será irresponsável em revidar. Não existe bala perdida, pois a mesma sempre é encontrada na arma de um policial ou pelo menos a arma dele é a primeira a ser suspeita.

Sei que você é um pobre coitado. Quando encarcerado, reclama que não possuímos dependências dignas para você se ressocializar. Porém, quero que saiba que construímos mais penitenciárias do que escolas ou espaço social, ou seja, gastamos mais dinheiro para você voltar ao seio da sociedade de forma digna do que com a segurança pública para que a sociedade possa viver com dignidade.

Quando você mantém um refém, são tantas suas exigências que deixam qualquer grevista envergonhado.

Presença de advogados, imprensa, colete à prova de balas, parentes, até juízes e promotores você consegue que saiam de seus gabinetes para protegê-los. Mas se isso é seu direito, vamos respeitá-lo.

Enfim, espero que seus direitos de marginal não se ampliem, pois nossa obrigação também aumentará.Precisamos nos proteger. Ter nossos direitos, não de lhe matar, mas sim de viver sem medo de ser um policial.
Dois colegas de vocês morreram, assim como dois de nossos policiais sucumbiram devido ao excesso de proteção aos seus direitos. Rogo para que o inquérito policial instaurado, o qual certamente será acompanhado por um membro do Ministério Público e outro da Ordem dos Advogados do Brasil, não seja encerrado com a conclusão de que houve execução, ou melhor, violação aos Direitos Humanos, afinal, vocês morreram em pleno exercício de seus direitos.

Autor:Wilson Ronaldo MonteiroDelegado da Polícia Civil do Pará
Enviado por:Abelardo Gomes da Silva Júnior
Assoc. dos Militares Bachareis em Direito
Diretor Presidente

21 de outubro de 2009

SUPOSITÓRIO


Já que o “blog apócrifo” (hipócrita também) não posta respostas ou comentários das cretinices que escreve, peço a gentileza dos “gardenais” para um pequeno comentário sobre o que o “invisível”, para não dizer covarde blogueiro puxa-saco do Paço postou. Alias, primeiro é preciso ressalvar que apesar das alcunha de “Dupla Gardenal” atribuída ao Luiz Nardelli e ao Fernando Maleski, os dois jornalistas (com diploma e tudo) não precisam tomar o “remedinho” para ter vergonha na cara e coragem de assumirem o que dizem (na TV) e escrevem (em seus blogs). Se bem que, existindo remédio para “cretinice”, o escritor do Ponto A Mais nunca chegou perto. Mas, voltando ao tema principal deste arrazoado (conversa se o inculto não souber), a coluna Política & Cia da Gazeta do Paraná não é apócrifa, tem editor responsável, que sustenta o que escreve e não se esconde atrás de nada, nem de ninguém com cargo. E, em caso de qualquer reclamação de quem vestiu a carapuça ou achou que a mesma ficou apertada, basta ir a sede do jornal, que tem endereço fixo, email e telefone e expor seus argumentos que, plausíveis, podem até gerar retratação. Alias, é preciso registrar também que em toda e qualquer coluna política, o colunista recebe ajuda de muitas pessoas, até para que as informações que publica e as especulações que sugerem, tenham “sustância”... Agora, há que se lamentar que o puxa-saco é dotado de apenas uma espécie de neurônio, aquela que sempre entoa a mesma ladinha: “sim senhor chefinho, muito bem chefinho, o senhor está coberto de razões chefinho, o senhor é perfeito chefinho, o senhor é máximo chefinho... ah... chefinho, o senhor pode sair da piscina? Estou me afogando...”
Com 20 anos de profissão, quem me conhece, lembra bem que meu tempo de assessoria – não poucos 9 anos – foram marcados por profissionalismo e não pelo “puxa-saquismo”... Qualquer dúvida, só procurar no meu local de trabalho... Dou expediente de segunda a sábado e quando não estou na redação, editores e repórteres sempre sabem onde me achar...
Paulo Alexandre
Editor-Chefe
Gazeta do Paraná

19 de outubro de 2009

TEXTO INÉDITO

Trecho do 10º livro de Mário Ferreira de Oliveira em fase de revisão e diagramação e ainda sem título: A moda


A moda não tem cérebro, não tem coração, mas tem o poderde influir no cérebro e no coração das pessoas, especialmentena juventude. Mais forte que o bom senso, mais forte que as leis,mais forte que as religiões, está a moda, poderosa e absoluta.
A moda é uma arte, não é obra da natureza, não faz parte dabeleza natural; não é um código moral, de sensatez ou dignidade.Os criadores da moda são hábeis, gananciosos e espertos. Des-cobriram que há um vazio na mente do ser humano e os criadoresda moda vislumbraram a possibilidade de tirar proveito. Atravésda ídia colocaram a idéia da moda na mente das pessoas. Tiveramum sucesso tão grande que as pessoas se comportam hoje comomarionetes nas mãos dos malabaristas.
A moda muda com certa freqüência, de acordo com interessedos grupos econômicos, e os danos que ela causa são absorvi-dos pelo povo, porque se transformaram em hábitos e costumes.
Antigamente estavam na moda as guerras e valentias; o jovemtinha que ser corajoso guerreiro e valente. Os governos precisa-vam de soldados fortes e valentes para combater seus inimigos.Felizmente nos dias de hoje a guerra não está mais em moda, masa violência ainda permanece nos costumes das pessoas.
A educação, antídoto da violência não consegue detê-la. Como advento dos meios de comunicação que beneficiam poucos eprejudica muitos, o povo se tornou massa de manobra, não só dogoverno, mas também de grupos econômicos; segue como um re-banho, tangidos por malabaristas anônimos que tiram proveito davaidade e ignorância do povo. O trabalhador é apenas um númerode identidade; seu salário está sempre comprometido, a ele sóresta produzir bens e dar lucro.
Mercantilistas gananciosos ditam a moda, formam “quadrilhas”e utilizam os meios de comunicação para ganhar fortunas com faci-lidade. Lançam um produto no mercado já sabendo o quanto vãovender e o quanto vão lucrar. O que adianta se colocar contra ocigarro e a bebida se a moda colocou na mente das pessoas queé chique fumar e beber? Ou o contrário, combater o cigarro agoraé moda... Apenas modismos...
O ser humano sente que está sendo prejudicado pelos costumese vícios, mas não tem uma personalidade forte para divergir, entãoele segue a “tropa”, não pode parar porque todo mundo caminha namesma direção. Prefere errar com a maioria a acertar sozinho.
As pessoas em sua maioria têm preguiça de pensar, por issoaceitam a moda, e por mais ridícula que seja ela já está pronta eacabada para ser usada. No ramo de vestuário e calçado a modadecide o que as pessoas – principalmente os jovens – vão vestire calçar no próximo verão ou no próximo inverno aquela famosaetiqueta.
Os jovens ficam imaginando qual será a moda que vai ser lança-da no mercado. Cada um quer ser o primeiro a calçar e vestir-se namoda. Fazem qualquer sacrifício e pagam altos preços, utilizam cre-diário, mas andará na moda custe o que custar. Os gananciosos deplantão que têm a mídia e os estilistas em sua folha de pagamento,lançam moda nova para recolher o dinheiro circulante e agradecemao povo alienado...
A moda exerce um fascínio total quando se trata de vestuário fe-minino. As jovens fazem o possível e até o impossível para estaremna moda; e muitas vezes com certo exagero, preferem pecar pelo ex-cesso que pela omissão.
O que parecia impossível aconteceu, a beleza escultural do corpofeminino está sendo violentada com essas calças e saias que deixamà descoberta a metade do traseiro da mulher. Com a cinta apertandoas nádegas, a mulher fica deformada, perde a cintura original.
Todas as canções de amor cantada em prosa e verso exaltando abeleza da mulher com uma cintura de violão, não eram suficientes paradescrever a beleza feminina. Mas agora para aquelas que estão namoda, com cintura a “meia bunda”, a “éguinha pocotó” do Lacraia estáde bom tamanho.

6 de outubro de 2009

AS NULIDADES CONTINUAM A TRIUNFAR



CRÔNICA


Velha frase
O senador liberal havia desistido da sua candidatura à Presidência da República. Intelectual respeitado, homem de grande cultura, havia sacudido a política econômica como ministro da Fazenda e prestado relevantes serviços na área diplomática, mas nem por isso fora poupado de ataques caluniosos da oposição. Subiu à tribuna do Senado e fez um discurso arrasador, do qual uma frase é lembrada sempre que o Brasil entra em crise de valores. Esta:

"De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto".


O senador é Rui Barbosa e o ano é 1914.

E hoje? Para cada lado que olhamos, a frase se aplica. O cidadão não tem senão de mudar uma palavrinha ou outra para caracterizar exatamente do que e de quem está falando.
Olha para as pessoas que tiram vantagem da força e do físico, e para as que chegaram aonde chegaram passando por cima dos mais fracos, abrindo o caminho a cotoveladas, e conclui:


De tanto ver triunfar os violentos, de tanto ver prosperar a intolerância, de tanto ver crescer a brutalidade, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos arrogantes, o homem chega a desanimar da serenidade, a rir-se da moderação, a ter vergonha de ser bom moço.


Olha para as figuras do Congresso Nacional, pesa as atitudes dos parlamentares, avalia seus embates, e pensa:


De tanto ver triunfar os Severinos, de tanto ver prosperar a corrupção, de tanto ver crescer a politicagem, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos oportunistas, o homem chega a desanimar da seriedade, a rir-se da missão, a ter vergonha do legislador.


Contempla o panorama da Justiça e de novo parodia a frase do jurista baiano:

De tanto ver triunfar os malfeitores, de tanto ver prosperar a impunidade, de tanto ver crescer o número dos criminosos libertados, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos de magistrados burocráticos, o homem chega a desanimar da Justiça, a rir-se dos processos, a ter vergonha de seguir a lei.

Considera o mundo do futebol e novamente evoca e adapta a frase de Rui:

De tanto ver triunfar os mercenários, de tanto ver prosperar o negócio dos passes, de tanto ver crescer a ladroagem dos árbitros, de tanto ver multiplicarem-se as armas e os porretes nas mãos das torcidas organizadas, o homem chega a desanimar da competição, a rir-se da paixão, a ter medo de usar a camiseta do clube.


Olha constrangido para a televisão, percorre desanimado os programas da semana na busca de relevâncias e sorri ao encontrar paralelos entre o que vê e a velha frase:


De tanto ver triunfar os canastrões, de tanto ver prosperar a baixaria, de tanto ver crescer a mediocridade, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos vendedores, o homem chega a desanimar da verdade, a rir-se da cultura, a ter vergonha de ser artista.


Olha o panorama das artes, o mundo das galerias, das academias de letras, da arquitetura, das idéias e de novo brinca com a frase do Rui:


De tanto ver triunfar os alquimistas, de tanto ver prosperar a repetição, de tanto ver crescer a ânsia de celebridade, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos do mercado, o homem chega a desanimar da arte, a rir-se do talento, a ter vergonha de ser idealista.


O pior é que a coisa só pára por aqui porque o espaço acabou.


FONTE - Vejinha São Paulo (30 setembro 2005)

4 de outubro de 2009

FISIOLOGISMO



O melhor a fazer, então, é buscar qualificar o voto, não se deixar levar por “aparências” e favores e tentar, na medida da nossa consciência, lutar com esta “doença” do analfabetismo político


“Conta” o dicionário que fisiologismo é um tipo de relação de poder político em que as ações políticas e decisões são tomadas em troca de favores, favorecimentos e outros benefícios a interesses individuais. É um fenômeno que ocorre frequentemente em parlamentos, mas também no poder executivo, estreitamente associado à corrupção política. Os partidos políticos podem ser considerados fisiologistas quando apoiam qualquer governo independente da coerência entre as ideologias ou planos programáticos.
Apesar de o dicionário ser catedrático na definição, qualquer brasileiro sem um posto de cátedra elevada sabe muito bem o que a perniciosidade que esta prática significa ao sistema político brasileiro, à máquina estatal e, especialmente, à população. Ora, toda vez que o leitor (mais ou menos) consciente escolhe um determinado candidato e “acredita” em suas propostas (promessas), enfim, acredita na “postura” do candidato que pediu seu apoio.
Findo o processo eleitoral, a postura, em geral, já não é a mesma, a ideologia partidária (que nunca foi arrimo para nada mesmo) é posta de lada, para não dizer jogada no lixo, e afloram os interesses pessoais e de poder. Oposição deixa de ser oposição e situação procura acomoda-se de forma ainda mais “confortável” para “sustentar” e manter o poder e suas benesses a qualquer preço em detrimento da sociedade.
Por isso, a manchete de ontem desta Gazeta “Oposição encolhe com ‘troca-toca’ partidário” não chega ser uma surpresa menos desanimadora que a realidade que o jornalismo político tem apresentado ao leitor diariamente. O destaque fica apenas para as “acomodações” feitas até sábado, que foi o prazo final para o famoso “troca-troca” partidário em que os políticos detentores de mandato fazem suas contas e análises e buscam o caminha mais fácil para garantir a reeleição e também os recursos necessários – financeiros e políticos – para a campanha do próximo ano.
Assim, o compromisso com o povo, suas necessidades e expectativas fica relegado planos longínquos da prioridade dos discursos de campanha. Pior é a confusão! Um rápido retrospecto das ultimas quatro campanhas eleitorais mostra que quem antes se “jurava de morte”, hoje, sem qualquer explicação convincente e coerente, trocam “juras de amor”.
A “troca de lado” está tão comum entre os políticos, que o eleitor acaba mesmo se desinteressando pela discussão política. O cidadão que na sua história de vida prima pela decência, honestidade, trabalho digno, honradez e pela construção de uma biografia digna para que sua descendência tenha orgulho e possa nela se espelhar, não quer envolver-se com a malfadada política.
E observe com atenção, caro leitor, que a “praga do fisiologismo” acontece em todos os lugares e esfera: municipal, estadual e federal. O melhor a fazer, então, é buscar qualificar o voto, não se deixar levar por “aparências” e favores e tentar, na medida da nossa consciência, lutar com esta “doença” do analfabetismo político.



Editorial da Gazeta Paraná desta segunda-feira, assinado pelo editor-chefe, jornalista Paulo Alexandre.

2 de outubro de 2009

PÃO, CIRCO E PASTELÃO!


Cultura criada ainda na história política do Império Romano, antes de Jesus Cristo, a política do “Pão e Circo”, tinha por objetivo promover espetáculos, encenações, lutas entre gladiadores, no sentido de desviar a atenção da população que habitava o reinado romano. O intuito era manter os plebeus afastados da política e de questões sociais. Em suma, uma maneira de manipular a plebe e mantê-las longe de decisões do governo, tomadas à quatro paredes. Ao mesmo tempo dessas decisões, os Césares alimentam o povo, lhe distraindo, além das encenações com muita comida, popularizando o chamado “Panis et Circenses”, que depois imortalizado em canção da banda Os Mutantes. Enfim, o povo era cooptado pelo riso e pela barriga.
Já a “Comédia Pastelão” foi um gênero criado antes dos anos 20, na fase do cinema mudo, tinha como característica “películas” de riso fácil, cenas como escorregões e tropeços, tortas na cara, ou em outros casos, tragicomédias, pois brincam com situações sérias do cotidiano popular.
Apesar de culturas antigas, engana-se quem pensa que tanto o “Pão e Circo” quanto o “pastelão” estão fora de moda, pelo contrário eles continuam dando o tom em outra área, numa versão “não tão cultural” impregnando nossa política e sociedade.
O novo híbrido entre o pastelão e pão e circo está super vivo e pode ser acompanhado no “centro cívico” de nossa cidade. É uma pena – ou não – que nossa população não acompanhe os atos de nossos representantes, pois bastaria uma passadinha de dez minutos em um período de sessões do nosso parlamento para verificar a manifestação do conjunto entre a política romana milenar e a cultura criada no início do século passado.
Trapalhadas, gracejos, gafes, manobras, armadilhas, enfim, encenações para todos os tipos e gostos. Outra coincidência entre o Legislativo e a comédia pastelão é o desrespeito entre colegas. Quem não lembra de Stan Laurel e Oliver Hardy, os clássicos Gordo e Magro - que apesar de inseparáveis - arrancavam gargalhadas quando se esbofeteavam em cena. A nova versão do clássico é recheado de arapucas contra colegas – como na recente situação do PPA e agora também no pacote tributário – sem contar o desrespeito quando um colega está falando ou gracejos com os espectadores da plenária e até mesmo falta de quorum em interesse público.
Mas como espetáculo só sobrevive com um público e o pão e circo só se propaga com uma platéia doutrina e domesticada, não faltam os “macaquinhos de auditórios”, obrigados a ficarem até o final da tragicomédia, pagos para rir das palhaçadas alheias, ou melhor, da cara do eleitor e da população, que apesar de não pagar ingresso para assistir, não sabe o quanto tudo isso pode custar caro para sua realidade, pois assim como já disse Os Mutantes em outrora, os domesticados da “sala de jantar estão preocupados apenas em nascer e morrer”, e não em mudar todo esse estado de coisas.


Júlio César Carignano
É jornalista e escreve no jornal Tribuna das Cidades

24 de setembro de 2009

SEGREDO REVELADO

"Madrugadas ociosas e sem feijão banhento podem render boas confições"

Vou lhes contar um segredo: nunca comi feijão frio durante a madrugada. Nunca! Sabe, faz tempo que tava entalado na garganta esse desabafo. É salutar falar dos sentimentos. Nos livrarmos de traumas.
Afinal, quem nunca ouviu a frase “eu adoro comer feijão frio com azeite de oliva”? Coisa do Jô Soares. Só podia mesmo ser coisa de gordo. Quem é que come isso, inda mais de madrugada? Hein?
Lembro dos tempos da faculdade quando falar desse “cardápio” era algo chic. A bem da verdade de chic tinha nada, afinal feijão todos tem em casa e azeite de oliva não é algo que custe os olhos da cara de um ciclope.
Meus amigos diziam coisas do tipo “ontem comi um pratão de feijão frio com azeite, muito bom cara” e, eu já emendando a conversa “putz, eu também cara”. Mentira! De madrugada não levantava nem pra ir ao banheiro, quanto mais pra comer uma mistura tipo aqueles pratos de fast food que não há humano que consuma: 300g de feijão frio + toque de azeite de oliva = R$ 13,95 * experimente oliva extra.
Sei que eu mentia sobre haver ‘degustado’ o tão saboroso e nutritivo preparado das madrugadas de Jô Soares. Também sei que amigos meus regulavam o despertador pras 3hs da madrugada só pra levantar e comer um prato de feijão banhento.
Jô Soares inventou a maior de todas as piadas. Maior ainda do que aquele trote de primeiro dia de trabalho quando mandam o boy lavar a fita da máquina, ou quando nos dão aqueles chicletes com recheios ácidos ou que pintam a língua.

Jô Soares inventou a maior piada do Brasil!

João Guilherme

21 de setembro de 2009

OPINIÃO - O confuso caso de São Salvador


O confuso caso de São Salvador

O prefeito de Cascavel, Edgar Bueno, é mais democrático que a lei. A Lei Orgânica Municipal manda eleger diretamente apenas os membros do Conselho Distrital, não o subprefeito. Como não consta que essa norma da Constituição Municipal tenha sido revogada ou refeita, só cabe legalmente ao prefeito enviar ao Conselho Distrital uma lista de cinco nomes que ele mesmo selecionar entre as lideranças da comunidade distrital para que o CD promova a indicação.
No caso de São Salvador, o prefeito foi muito feliz na nomeação do administrador distrital. O agricultor, desportista e poeta Benildo Delai é homem honesto e, tal qual Bueno, desde menino participa das coisas de Cascavel.
Benildo acaba de anunciar a disposição de ingressar no PCB, convencido de que o XIV Congresso do Partidão traz a melhor linha política partidária da atualidade brasileira. E é ali em SS que o prefeito Edgar Bueno decide convocar uma eleição direta para subprefeito (ou administrador distrital), abrindo mão da lista quíntupla e retirando do Conselho o poder, definido pela LOM, de eleger o subprefeito com base em tal lista.
Está semeada a confusão, pois a orientação do PCB é, em princípio, que Delai também concorra a essa eleição, mesmo não havendo qualquer regulamentação, pois, até onde sabemos, não há lei que a estabeleça e concorrer nela é uma coisa tremendamente precária.
Digamos que nessa eleição, convocada unilateralmente pelo prefeito-legislador-juiz, o nosso candidato (podemos defendê-lo fora de campanha porque não há nenhuma regra para a eleição de administrador distrital) Benildo Delai perca, digamos por um voto, como nosso querido Tarqüínio Joslin em 1952. A que instância cabe recurso para recontagem? À própria Prefeitura, ao Conselho Distrital, à Justiça Eleitoral, que não tem lei ou resolução alguma a respeito da promoção desse pleito? Ou ao nosso prezado arcebispo, d. Mauro?
O prefeito, mais democrático que a lei, instituiu por si mesmo o mandato revogatório, pois “algumas pessoas se queixaram” do nosso administrador de São Salvador e ele, impondo a revogação do mandato que ele mesmo outorgou, optou pela mais democrática das decisões: a eleição direta, passando por cima da Lei Orgânica, que atribui ao Conselho Distrital a indicação do subprefeito.
Para o PCB, é a glória: é muito melhor disputar a eleição com um nome já consagrado, pessoa honesta, sincera e participativa, do que a lista quíntupla estabelecida na LOM, da qual só por milagre faríamos parte. A questão é: qual é a base legal para fazer as coisas de modo diferente ao estabelecido na LOM? Se nosso candidato for eleito, qual é o coelho que vão tirar da cartola para derrubá-lo novamente, com eleição e tudo?
Simples: dirão que a eleição não valeu, pois é contra a LOM. E então sairá da manga do colete do rei municipal a famosa lista quíntupla. Da qual, evidentemente, não constará o nome do nosso candidato, Benildo Delai. Se constar, os pauzinhos no Conselho estarão mexidos em favor de alguém que jamais pensou em entrar no PCB. Ao contrário, alguém que obviamente se submeteu aos melindres palacianos.
E os “comunas” nem ousem reclamar, pois a LOM mandou, está lomado e mandado... Em 1973, os fascistas esmigalharam os dedos de Victor Jara e lhe deram um violão: “Canta agora, comuna, canta para eu ouvir!” Tudo bem, a gente canta. Mas não nos decepem as mãos!
....
Alceu A. Sperança – escritor, membro do comitê municipal do PCB de Cascavel
alceusperanca@ig.com.br

19 de setembro de 2009

OPINIÃO - PEC DOS VEREADORES


VEREADOR SUPLENTE OU SUPLENTE DE VEREADOR

A grande dúvida que existe hoje na cabeça dos suplentes de vereadores e dos partidos que não atingiram o quociente eleitoral na última eleição é se a PEC DOS VEREADORES em sendo aprovada em 2º turno, terá efeito imediato? Os vereadores serão diplomados e empossados imediatamente? Existe suplente de vereador ou vereador suplente?
A PEC DOS VEREADORES tem causado grande celeuma entre os suplentes de vereadores de todo o Brasil, e diante disso, tecemos alguns comentários com o objetivo de tentar esclarecer algumas tergiversações que existem sobre o tema.
Primeiro, a Pec em sendo aprovada (com o texto que foi aprovada em 1º turno), entrará em vigor na data de sua promulgação, segundo preceitua o Art. 3.º “in verbis”:- Esta Emenda Constitucional entra em vigor na data de sua promulgação, produzindo efeitos:
I – o disposto no art. 1.º, a partir do processo eleitoral de 2008.(grifo nosso).
“A doutrina ensina que o processo eleitoral consiste num conjunto de atos abrangendo a preparação e a realização das eleições, incluindo a apuração dos votos e a diplomação dos eleitos”.
Observa-se portanto que se a Pec for aprovada em 2º turno com a redação supracitada, deve alterar todo o processo eleitoral de 2008, ou seja, realização de nova eleição, apuração dos votos e consequentemente dos quocientes eleitorais, e entrará em vigor a partir da data de sua promulgação.
Faz-se necessário dizer que a competência para a publicação é do Congresso Nacional, que muito provavelmente “fará a inserção do texto promulgado no diário oficial, para que se torne de conhecimento público a existência da lei, pois é condição de eficácia da lei, como nos ensina o professor Alexandre de Moraes”
Vencida esta questão, faremos uma abordagem na questão suplente de Vereador ou Vereador suplente?
E continuamos invocando a lição do eminente Professor Alexandre de Moraes:
“Os eleitores elegerão, no exercício do direito de sufrágio, por meio do voto(instrumento), por si, sem intermediários, seus representantes e governantes”
(os grifos não constam do original).

Nota-se portanto que não existe a figura do vereador suplente, porém, existe o suplente de vereador, pelo simples fato de que o Suplente de Vereador foi eleito pela população e foi diplomado, diferentemente do Vereador Suplente que é uma figura (fictícia), pois, o mesmo não foi eleito pela vontade popular, ainda que pese os votos recebidos dos eleitores.
Agora veja, digamos que um partido não tenha atingido o quociente eleitoral, e após a publicação da emenda, seja refeito os cálculos, automaticamente aquele partido que não elegera vereador por não ter atingido o quociente eleitoral, poderá figurar no rol de partidos com vereadores eleitos, o que atinge diretamente o resultado das eleições, e seria uma afronta ao ato jurídico perfeito, e claro estaria “elegendo”, vereadores que não foram eleitos, o que é no mínimo inconstitucional, pois, haveria uma antinomia jurídica, ou seja, duas normas constitucionais em conflito, o que caberá ao S.T.F decidir, dizendo se a norma é ou não inconstitucional.
De outra banda, os suplentes de vereadores se elegeram, até porque como dito alhures em seus diplomas consta a informação de “suplente de vereador”, eleitos pela vontade popular, daí a conclusão lógico dedutiva que não alteraria o resultado das eleições.
É evidente que o Supremo Tribunal Federal tem restrições no sentido amplo quanto a mudança no resultado das eleições, destarte, o resultado das eleições não será alterado.
Só para argumentar, depois de todo o processo legislativo, que diga-se de passagem, demorou 5 anos para ser aprovado (se aprovado), os suplentes de vereadores terão que ser empossados, sob pena de colocar em “xeque”, todo o trabalho desenvolvido pelas Casas do Congresso Nacional, pelo simples fato que a matéria foi exaustivamente discutida em ambas as casas, passou por Comissões e por fim, foi aprovada em plenário.
Essa questão está longe de determinar, pois, se empossarem os suplentes de vereadores é evidente que os vereadores suplentes impetrarão mandados de segurança, da mesma forma se refazerem os cálculos, “choverão” ações, entretanto, ousamos a nos posicionar a favor da recomposição das câmaras de vereadores de todo o Brasil, pelos suplentes de vereadores, eleitos com as maiores “sobras”, no caso de terem mais suplentes do que vagas, e ainda assim alguém poderia perguntar: e nos municípios que não foram eleitos suplentes suficientes para assumir as vagas remanescentes:? Bom, isso já é tema para outra discussão.

Anderson Fagundes -Acadêmico de Direito - fagundes.anderson@hotmail.com

16 de setembro de 2009

MENIN NA TV DO PPS

BANHO DE MÍDIA

Ninguém deve ter entendido muito bem o porquê daquelas trocas rápidas de partido do Chico Menin. Depois da esplendida votação no PR para prefeito, deixou a sigla após travar brigou com o deputado Fernando Giacobo e com a Inês de Paula. Fez um pouso forçado no promissor PMN, mas acabou mudando de rumo após intervenção nacional na sigla, acompanhando o ex-presidente estadual Willi Taguchi e ambos foram parar no PPS de Rubens Bueno. Esta semana parte do mistério em torno do troca-troca de siglas começou a ser desvendado. A mudança fez muito bem para imagem do Menin que, entre outras coisas, ganhou um belo banho de mídia.

NA TV

Menin deve aparecer nos próximos dias pelo menos 114 vezes nas TVs da região em horários diversos. Por exemplo, no último capitulo da novela da “Maya” (Caminho das Índias), lá estava o Menin vendendo seu peixe. Apareceu pelo menos quatro vezes na Globo. Para quem, sem estrutura nenhuma saltou de paupérrimos 3% das intenções de voto na eleição de 2008 para fazer mais de 25 mil votos (quase 20%), a participação no programa eleitoral do PPS é um excelente negócio. Um show de aparições que deve impulsionar positivamente a pré-candidatura de Menin a deputado estadual pela sigla.

14 de setembro de 2009

GAMBIARRAS

Quem nunca fez uma gambiarra que atire a primeira pedra ou faça outro arranjo-tecnológico. Que coisa mais esdrúxula chamar estas intervenções alternativas, verdadeiros arranjos-tecnológicos que denodam a alta capacidade de construir artefatos, usando a improvisação na apurada técnica aqui flagrada pelo blog de re-apropriação material. Observem a capacidade de adaptação, ajuste, transformação ou de adequação necessária para o uso do material que estiver disponível (ou mais a mão) para solução de uma necessidade emergente ou especifica. Podemos compreender ‘gambiarra’ (arranjo-tecnológico) como um raciocínio projetivo imediato, determinado pela circunstância momentânea; Ou seja, é isto aqui!